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Lendas Ilhabela

PROCISSÃO DE SÃO PEDRO

Ilhabela realiza todos os anos, há mais de um século, a procissão de São Pedro, homenagem dos pescadores ao seu Santo Protetor. Tal evento, sempre revestido de profundo sentido religioso, é acompanhado por toda a população Ilhabelense, inclusive por sua população turística. A imagem de São Pedro, padroeiro dos pescadores, deixa a Igreja Matriz de Ilhabela e participa da Missa Campal realizada em frente a Colônia dos Pescadores. Em seguida, acompanhada pelo Pároco local e pelo Coro da igreja entoando o hino à São Pedro, a imagem é colocada em barco de Pescadores locais que conduzem a procissão com destino ao Bairro de São Francisco, em São Sebastião, Praia da Armação e, finalmente rumando para o ponto de partida no centro de Ilhabela. Neste momento, ainda acompanhada pelo Pároco e pelo Coro, a imagem é retirada do barco e conduzida de volta a Igreja Matriz. Antigamente a procissão era acompanhada durante todo o trajeto por grande queima de fogos de artifícios que hoje é proibida durante o percurso estando restrita à partida e chegada da procissão. Tanto os barcos pesqueiros como os de turismo são ornamentados, havendo uma Juria que premia os que mais se destacam. Existe uma promessa antiga, feita por um pescador já falecido, Sr. João S. Carvalho, de enfeitar os barcos todos os anos com bandeirinhas coloridas de papel de seda. Sua filha D. Alice Carvalho, comerciante em Ilhabela, mantém até hoje a promessa feita por seu pai e se encarrega da ornamentação dos barcos, mantendo assim uma tradição de muitos anos.

A CONGADA DE ILHABELA NA FESTA DE SÃO BENEDITO

De acentuada aculturação africana bantú, a congada de Ilhabela é realizada em maio, na festa de São Benedito. Não tem data fixa, pois depende do claro (Lua Cheia) para que os pescadores dela participem. A congada começa na 6ª feira com levantamento dos mastros em frente à Igreja Matriz e é dançada no sábado e domingo, o dia inteiro, pelas ruas do Centro da Cidade. Divide-se em três partes ou “bailes”e o texto foi transmitido, oralmente, de pai para filho. É uma luta entre mouros (vermelho) e cristão (azul) ou entre pai (Rei) e o filho (Embaixador). Os principais figurantes dessa manifestação de teatro folclórico são: O Rei, figura central; a Rainha, renovada todos os anos e que tenha idade de 12 a 14 anos; Fidalgos do Rei ou Congos de cima com roupa azul compreendendo o Príncipe, Secretário , Cacique e os Congos do Embaixador ou Congos de Baixo, vestidos na roupa rosa com seu Embaixador (chapéu vermelho), Cacique e Dois Guias. Durante a festa funciona a “Ucharia”, lugar onde comem os congos e seus convidados. No quintal são montados os fogões “tacuruba” sobre três pedras. Todos os que aí trabalham, o fazem por promessa a São Benedito. Os três instrumentos usados na congada são originados do artesanato folclórico: a marimba e os dois atabaques ou tambores, como dizem os caiçaras. A marimba, de seis teclas de madeira é encontrada, atualmente, só em Ilhabela. Os atabaques feitos de tronco, numa só peça são usados um na função de surdo e o outro no repique.Lendas de Ilhabela • LENDA DA PEDRA DO SINO

Corria o ano de 1647 quando certa noite, o repicar dos sinos despertou a pacata população de Ilhabela. Correram todos em direção aos sinos e, assombrados, viram passar defronte a praia um caixão com quatro (seis) velas. Sobressaltados, puseram-se de joelhos e rezaram enquanto o caixão passava pelo canal, levado pela correnteza, em direção ao sul. Era a imagem do Bom Jesus que foi encontrada em Iguape e até hoje é venerada lá como Bom Jesus da Cana Verde. Esta lenda tem base histórica. Segundo o historiador Calixto, foi o “vaso”, navio de guerra de Segismundo Van Schkope que pôs à pique o navio português que transportava a imagem destinada à igreja de Pernambuco. Este fato se deu em fevereiro de 1647 e a imagem, levada pelas correnteza, chegou em Iguape aos 2 de Dezembro de 1647. Há referências desta mesma lenda em outras versões no livro de Maria Cecília França, “Pequenos Centros Paulistas de Função Religiosa”, e também em “Lendas do Litoral Paulista” de Hipólito do Rêgo

LENDA DA PEDRA DO SINO II

Na praia chamada Garapocaia encontram-se pedras que, quando batidas, soam como sinos. A lenda conta que, em tempos passados, no século XVII, ao amanhecer, surgiu uma caravela de piratas que se dirigia à ilha de São Sebastião, enquanto a população ainda dormia. Estavam os piratas prontos para abrir fogo contra a ilha quando ouviram soar sinos despertando o povo que se preparou para receber os inimigos. Nisto surge um guerreiro que tomou o comando e, em pouco tempo, fez o inimigo recuar. Este guerreiro era São Sebastião. Voltou a calma ao povoado e quiseram saber onde estavam os sinos. Não eram os sinos da Igreja da Armação. Ninguém sabia explicar, a não ser os indígenas que diziam “Garapocaia, Garapocaia” enquanto apontavam para as pedras dessa praia que passaram a chamar-se “Pedras do Sino” e que hoje são atração turística da ilha. Esta lenda confunde-se, também com a cidade de São Sebastião.

LENDA DA FEITICEIRA

Na praia da Feiticeira se encontra a Fazenda São Mathias. Dizem os antigos moradores que a proprietária amealhava imensa riqueza, explorando uma taverna que era ponto de encontro de piratas e marinheiros de navios negreiros e mercantes que ali aportavam em busca de provisões e informações. Um dia, envelhecida, alquebrada temendo ser saqueada, com auxílio de seus escravos, enterrou seu tesouro no local conhecido por Tocas e matou todos eles para evitar que revelassem o segredo. Conhecida como a feiticeira, enlouqueceu e não foi mais vista.

LENDA DO PEIXE TAPA

Peixe Tapa ou lambaca é o nosso linguado e, segundo o pescador Pedro Jacinto, do bairro de São Pedro, é um peixe que anda sempre no fundo do mar, no meio da lama, e tem o “fundo” branco e as costas pardas. Conta ele que este peixe, ao virar-se para enxergar o sol, ficou com a boca torta. Entre outros pescadores a versão mais conhecida é a seguinte: andava S. Pedro ( ou Jesus) passeando pelas praias da Ilhabela quando, preocupado com a maré, perguntou ao linguado: “A maré enche ou vaza?”. O linguado ao invés de responder direito, imitou S. Pedro, com voz fanhosa e boca torta. São Pedro deu-lhe um tapa e falou-lhe: “Com os olhos para trás hás de ficar”. É por isto que o linguado é chamado de peixe tapa, é chato, tem boca torta e os olhos “por cima da costas em um lado só”. Toninha do Perequê comenta: “Isto é verdade mesmo. Contado pelos pescadores”.

PRAIA DA CAVEIRA

Um navio negreiro ao passar atrás da ilha, afundou; todos seus tripulantes, escravos, morreram e seus corpos ficaram a boiar. Um padre que passava de barco por aquele lugar viu os corpos e os enterrou debaixo de uma enorme figueira. Os moradores da Ilha afirmam que às seis horas da tarde, ao passar perto daquela figueira, ouvem “vozes de defundo”. Na realidade há muitas pedras no local e o vento, entrando e saindo entre as pedras emitem um som “de teclas” como a imitar vozes de outro mundo.

CACHOEIRA DA LAGE

Conta Manoel Leite Santana, caiçara, que num domingo pela manhã, viu duas moças louras penteando seus cabelos, que iam até o calcanhar, com um pente de ouro. Dizia o povo que era a MÃE-DE-OURO. Ao voltar, já à noitinha, ele olhou para o fundo do rio e viu um tacho de ouro. Cortou um galho e tentou “engatar” na alça do tacho mas não conseguiu, pois era um tacho encantado. No dia seguinte, o encarregado do trabalho, chamado Rafael, voltou da mata todo apavorado dizendo que não podia contar o que tinha vista senão morreria logo. Este homem morreu muito velho e não contou o que tinha visto. No fundo da Cachoeira da Lage existem malacachetas de mais de vinte centímetros de comprimento, daí ser uma cachoeira encantada, pois elas brilham como pedras preciosas. Informações prestadas por Antônio Leite Santana, filho de Manoel Leite Santana.

TOCA DO ESTEVÃO

Há muitos anos, ainda no tempo da escravidão, havia em Ilhabela entre tantos outros engenhos, o Engenho D’água, onde se desenrola esta estória que vamos contar: Estevão era um escravo trabalhador e servil. Era esperto, inteligente e queria aprender a ler e escrever. Como era muito querido pela “Sinhá”, esta, as escondidas, ensinou-o a ler. O capataz que sentia grande ciúme pelas atenções que eram dispensadas a Estevão pela “Sinhá” descobriu que o escravo sabia ler e escrever. Imediatamente contou ao “Sinhô” que mandou aprisionar Estevão. A prisão e os castigos dispensados a um escravo alfabetizado eram torturantes, muito mais do que os de um escravo comum. Um belo dia, Estevão fugiu do cativeiro, ajudado pela “Sinhá”, que tinha como ama a mãe do próprio Estevão. Quando descobriram a fuga foram direto à “Sinha” e sua ama. Estas ao verem chegar o capataz, o “Sinhô” e os policiais, imediatamente tiveram uma idéia: ocultaram Estevão embaixo da longa e engomada saia da ama e negaram até o final, terem visto o escravo. Assim que os homens se foram, Estevão partiu ocultando-se em uma toca que fica logo acima do Engenho D’ Água, e nunca mais o pegaram. Ainda hoje, quando passam perto dessa toca, os caçadores dizem ouvir os lamentos do escravo. Daí o nome “Toca do Estevão”.

TOCA DO “COME BALA”

Localizada na praia da Armação (Norte da Ilha), recebeu esse nome pela estória que se segue: Vivia em uma toca, um velho combatente que teria sido ferido e perdido uma perna em alguma revolução ou guerra. Sem ter ajuda de ninguém alojou-se em uma toca. Como era homem muito bom, tornou-se amigo de todos do lugar. Contava suas proezas e sonhos nos quais se encontrava cercado de homens estranhos que o baleavam, de barulhos de canhões, de gritos aflitos e outras façanhas apavorantes. Quando esse homem morreu a toca ficou conhecida como “Come Bala”.

LENDA DO PORTINHO

Esta lenda, também conhecida como a lenda de Maria Fixi, passa-se em uma fazenda do bairro do Portinho, ao sul da ilha de São Sebastião. Antigamente, contam, morava nessa praia uma “dona de escravos” que era muito ruim, maltratando-os e surrando-os até arrancar sangue. Chegou a esse lugar um navio negreiro para vender escravos para a “dona” que se chamava Maria Fixi, e lhe deram de presente uma imagem muito milagrosa de Santo Antonio. Certo dia os negros fugiram da Fazenda levando tudo quanto era “louça de prata”. Ela, vendo-se perdida, pediu ao Santo Antonio que se eles voltassem com tudo o que tinham levado prometia não mais lhes bater. Apareceu então, na mata onde se escondiam os escravos um velhinho com um cordão na mão, que os fez voltar para a Fazenda. Ao chegarem lá Maria Fixi ficou sabendo do velho e nunca mais maltratou seus escravos.

LENDA DA TOCA DA SERPENTE

Havia no bairro da Armação, norte da ilha de São Sebastião, uma enorme serpente que atraia os pescadores para sua toca e os matava. Os moradores dessa praia, aterrorizados com os constantes ataques, pediram a um padre que a “amaldiçoassem”. Não sabem se foram a benção do padre e suas orações, mas a serpente enraivecida mordeu a pedra e, deixando nesta o sinal de seus dentes saiu mar a fora.Daí esse local passou a ser conhecido como “Toca da Serpente”. Esta lenda tem muita semelhança com a da praia de Guaecá em São Sebastião, onde Anchieta é o padre. “Lendas do Folclore Indígena”.

ÁGUA DA SAÚDE

Contam os antigos moradores da ilha que, tendo morrido um velho no bairro do Bonete (praia) levaram-no para ser enterrado nos Castelhanos (praia atrás da Ilha). Como era costume na época, foi embrulhado em um lençol. Na caminhada pararam para beber água em um córrego e, ao voltar encontraram o velho sentado, pedindo água . Saíram todos correndo, largando o pobre coitado lá. Esse córrego ficou conhecido como Água da Saúde.

CACHOEIRA DA ÁGUA BRANCA

Esta cachoeira, localizada no bairro da Água Branca, centro da ilha, é muito bonita, principalmente no tempo das chuvas quando suas águas se avolumam, sendo visível até no lado do continente . Entre dois braços da queda d’água da cachoeira há um buraco bem fundo, onde acreditam morar a MÃE D’ÁGUA OU MÃE DO OURO. Foi aí que, dizem, está enterrada uma “tacha” de ouro. Todas as noites de luar a Mãe d’Água senta-se nas pedras para pentear os longos cabelos prateados com um pente de ouro. Contam os antigos moradores que a Mãe d’Água atrai para o fundo da cachoeira os que dali se aproximam para roubar-lhe a riqueza, e eles nunca mais voltam. Informações de pessoas esclarecidas dizem que a beleza é tanta em noite de luar, que elas se vêem atraídas pela queda d’água. Fonte: Secretaria de Turismo de Ilhabela